Internet, Individualismo, Soberania de Deus, Materialismo

Soberania de Deus como projeto humano

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Ao longo dos últimos anos, diversos autores publicaram diversos livros que visam sistematizar suas experiências. Com a atomização da informação através da internet, somado ao consumo desregulado por uma geração insaciável, cria-se uma referência idealizadora.

Dale Carnegie (1888 – 1955) é reconhecido como um dos precursores desta corrente, que oferece práxis materialista como epilogo da existência humanas. Carnegie alcançou seguidores no mundo todo, com mais de 50 milhões de livros vendidos ao redor do globo. O livro “Como Fazer Amigo e Influenciar Pessoas” é exemplo claro de como a experiência consegue oferecer ferramentas utilitárias, capaz de replicar-se no contexto de outras pessoas. Nesse ínterim, surgem milhares de outros autores que conseguiram teorizar suas experiências, demonstrando a capacidade humana de planejar seu comportamento e emular sua conduta, reorganizando-as previamente no interior de suas relações de trabalho. O esforço deste pequeno texto é demonstrar como os ideais moderadores materialistas, somado a exposição da internet, ajudaram a construir uma geração padronizada em torno de um horizonte matematicamente organizado para o consumo.

Antes de vislumbrar o consumo, o ser humano é consumido pelo mesmo. O mesmo homem que consome é consumido. A hiperexposição produz homem/produto, que por sua vez atraem consumidores; esse ciclo se retroalimenta incontáveis vezes. Dotados de ferramentas capazes de auferir comportamentos potencializadores, esse individuo nega o presente em detrimento de um futuro cuja referência fora determinada pelo consumo. Pilhas de livros dão conta de um projeto idealizador, que abarca todas as áreas da vida, como: família, trabalho, politica, etc. Este fenômeno chama a atenção de psicólogos do mundo, vistos como libertadores de um povo que clama por socorro em meio a projetos que os fazem lançar mão daquilo que é essencial: o presente.

Infelizmente, esta tendência chegou aos púlpitos de várias igrejas. O evangelho tornou-se instrumento engajador nas mãos de pessoas, que não possuem a mínima reverência as escrituras. É possível identificar pessoas no mundo todo atraídas por esse suposto evangelho centrado no homem. Cristo deixou de ser suficiente; existem ferramentas capazes de instruir o individuo em busca dos seus desejos. E uma frase que resume perfeitamente isso é: “você é o centro da vontade de Deus”.

O Deus soberano que criou todas as coisas segundo o conselho da sua sabedoria, reorganiza Sua vontade em torno do homem; mais um discurso dotado de contradição. Em Salmos 115.3 diz: O nosso Deus está nos céus, e pode fazer tudo o que lhe agrada. Nada pode impedir Deus de fazer o que lhe agrada. O propósito de Deus para sua criatura, é a salvação em Cristo Jesus. Seu filho caminhar em Santidade, cumprindo os propósitos, na qual, foram comissionados. Romanos 8. 28, diz: Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito. O propósito último de Deus é reunir seus eleitos para contemplar a Glória de Deus na eternidade.

O evangelho convida o homem a renúncia, mortificação e ao serviço. No Reino de Deus o primeiro é o último, e o maior é o menor. Não há equivalência entre o evangelho de Cristo com o suposto evangelho idealizador anunciado — e atomizado pela internet — por pastores, que utilizam a experiência no mercado de consumo como moderador para suas pregações. O evangelho tornou-se adereço barato nos discursos desses homens, que vendem a bíblia como ferramenta; não a pregam como a salvação para a alma.

Diego Dutra

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